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SOJA - OFERTA RESTRITA

Publicada em 27/07/2020

No Brasil, a semana termina com apenas uma convergência no mercado da soja: uma dispara dos prêmios. Entre as principais posições de entrega, tomando como base o porto de Paranaguá, as altas foram de até 25% desde a última segunda-feira (20), como foi o caso do julho, que fechou com US$ 1,25 por bushel acima das cotações na Bolsa de Chicago. No agosto, alta de 17,39% com US$ 1,35 e de 12% no outubro, que encerra a semana com US$ 1,40 sobre a CBOT. 

Segundo analistas de mercado da Agrinvest Commodities, o forte movimento da semana continua refletindo não só a ausência dos produtores para novos negócios, principalmente com a soja da safra nova, mas também a demanda ainda presente no Brasil. Embora a oferta por aqui permaneça bastante restrita, ainda há uma procura pela oleaginosa brasileira que alimenta o avanço dos prêmios nos portos do país. Não só os prêmios para a soja atual subiram bem nos últimos dias, como também os da nova safra, como explica o analista de mercado Mário Mariano, da Novo Rumo Corretora, com altas de 7 a 11 centavos de dólar de ganho nas principais posições de entrega. "É uma onda de alta nos prêmios", afirma Mariano. 

SAFRA 2019/2020

Analistas e consultores de mercado afirmam que a safra 2019/20 do Brasil já está mais de 90% comercializada e que o restante para ser comercializado tem sido duramente disputado pelos importadores. O momento não só mantém as cotações sustentadas no interior brasileiro, como também continua alimentando a necessidade de importação de soja pelo Brasil. De acordo com dados da Secex, no acumulado de julho as compras brasileiras da oleaginosa totalizam 66 mil toneladas, sendo 20,2 mil somente na última semana. No mesmo período do ano passado, as importações foram de 6,5 mil toneladas e em todo julho, 12,7 mil.Por outro lado, a queda do dólar na semana - que registrou variações bastante intensas por três pregões consecutivos de queda e trouxe a divisa aos R$ 5,20, contra R$ 5,40 da semana anterior - limitaram um avanço ainda mais forte dos preços da soja no mercado brasileiro. Algumas referências, inclusive, terminam a sexta-feira (24) em queda, tanto no interior quanto nos portos, em relação aos valores observados na última segunda (20). Ainda assim, os indicativos seguem historicamente altos.

Em Ponta Grossa/PR, queda de 1,69% com a saca chegando a R$ 116,00; Alto Garças/MT alta de 0,54% para R$ 111,10; Maracaju/MS em R$ 107,00, com baixa de 4,46% e Luís Eduardo Magalhães/BA, R$ 102,00 e recuo de 1,92%. Nos portos, Paranaguá perdeu 0,86% no disponível e fecha a semana com R$ 115,00 e estável nos R$ 107,00 para a safra nova. Já em Rio Grande, R$ 114,00 e R$ 104,50, com perdas de 0,44% e 0,48%, respectivamente. Ainda como explica o analista da Novo Rumo, as indústrias seguem pagando melhor do que a exportação para garantir que a soja remanescente fique no Brasil. 

MERCADO INTERNACIONAL

Apesar da intensidade durante os pregões da semana na Bolsa de Chicago, o encerramento é estável para os futuros da oleaginosa, que acumula uma tímida alta de 0,11% no agosto, terminando com US$ 9,04, e o novembro com US$ 8,99 e recuando 0,11% em relação à segunda-feira. "A China continua com compras diárias de soja, mas os operadores ainda tentam compreender qual será a demanda total nas próximas semanas/meses.  As atenções continuarão focadas no curto prazo no tamanho da safra americana e no médio prazo nos estoques e consumo globais", explicam os diretores da ARC Mercosul no boletim Chicago Diário.

Para encerrar a semana com anúncios de vendas todos os dias, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou nesta sexta-feira (24) que foram adquiridas por destinos não revelados 252 mil toneladas de soja, sendo 6 mil da safra 2019/20 e 246 mil da safra 2020/21. Depois deste novo anúncio, o total vendido na semana passou de 1,5 milhão de toneladas. Além da soja em grão, o USDA informou ainda uma venda de 133 mil toneladas de farelo de soja da safra velha para as Filipinas também nesta sexta-feira. 

Entretanto, preocupações crescentes com a escalada das tensões entre China e Estados Unidos. Nesta sexta-feira, Pequim determinou que os EUA fechem seu consulado em Chengdu, confirmando a retaliação sinalizada no meio da semana, depois que Washington determinou o fechamento do consulado chinês em Houston, no Texas. E em um pronunciamento hoje, Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China responsabilizou os EUA pelo desalinho na relação entre as duas nações. 

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/264635-soja-destaque-da-semana-premios-sobem-ate-25-no-br-com-baixa-no-cambio-e-oferta-restrita.html#.Xx64LJ5KjIU