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SOJA - MERCADO BRASILEIRO

Publicada em 22/04/2019

O mercado internacional da soja retomou seus negócios neste início de semana ainda bastante estável e sem grandes mudanças. Caminhando de lado, a pouca movimentação dos futuros da oleaginosa também deverá manter os negócios ainda escassos no mercado brasileiro, segundo analistas e consultores. Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a comercialização brasileira da soja deverá continuar acontecendo "a conta-gotas" na medida em que não vê novidades vindas da Bolsa de Chicago. "E isso somente irá mudar se tivermos alguma novidade vinda de Chicago, como uma alta, que por enquanto não está sendo prevista, ou mais avanço no dólar. Isso sim poderia trazer mais negócios", diz. E o consultor completa dizendo que um recuo expressivo na moeda americana pode deixar os novos negócios ainda mais escassos. "Vamos ver retração das ofertas e assim negócios escasseando", conclui. 

Ainda segundo o consultor, no período de finalização da colheita é sazonalmente normal que o produtor segure um pouco mais suas ofertas, esperando ajustes mais adiante, com melhores oportunidades de vendas. De acordo também com analistas e consultores, já há pouco mais de 50% da safra 2018/19 de soja do Brasil comercializada. Um levantamento do Cepea mostra que, na semana que passou, os preços da soja subiram no Brasil ligeiramente, no entanto, ainda marcam as menores médias mensais desde janeiro. "Isso se deve à menor procura de indústrias brasileiras, uma vez que grande parcela tem garantido os lotes por contrato a termo e negociado poucos volumes no spot. Além disso, as aquisições são para consumo a médio prazo, visto que agentes esperam preços menores", explicam os pesquisadores do Cepea. Na última quinta (18), o indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá registrou uma alta de 0,2% para chegar a R$ 76,66/saca. 

E nesta segunda-feira (22), além das pequenas baixas registradas na Bolsa de Chicago - que eram de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, por volta de 9h40 (Brasília), o dólar também trabalhava em queda frente ao real. Perto de 10h20, a divisa recuava 0,22% para R$ 3,921. Para o mercado financeiro brasileiro, a semana começa, mais uma vez, como foco na reforma da Previdência e, mais especificamente, nas articulações políticas que são necessárias para efetivá-la. A expectativa maior é para sua votação na CCJ (Comissão de Cidadania e Justiça), que está marcada para amanhã. Além disso, outro ponto de atenção é a nova ameaça de greve por parte dos caminhoneiros, que começou a ser especulada depois do último aumento do diesel. Na tarde de hoje, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, se reúne com a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) como forma de alinahr um acordo entre o governo e o setor para evitar uma nova paralisação. Um dos líderes dos motoristas de caminhão teria dito que o principal pleito da categoria continua sendo a necessidade de se fazer valer o piso mínimo do valor dos fretes em três dias, no máximo, valendo a partir da reunião desta segunda-feira ou que seja reduzido o valor do diesel.

Fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/234025-mercado-brasileiro-da-soja-deve-ter-nova-semana-de-poucos-negocios.html